terça-feira, 6 de maio de 2008

O surf de peito e a natureza da arte

Autoria: GUAIANO, Osni Pinto et. al.

O surf surf / surfar – surfing (também suff ou suffe) é uma palavra inglesa que tem sua origem no final do século XVII, tem, aparentemente, o sentido original do ‘impulso da água formando ressaca’. É, então, um item lexical onomatopaico. Devido o esporte ser praticado na crista das ondas, poder-se-ia justapor surface / superfície a surf. Assim, o inglês surface, originário do derivado francês surface, tem o prefixo sur –, forma contrata do latim super –, daí superficie (facie). Ao sair do elemento líquido onde este esporte (com prancha ou sem ela) tem encontrado número cada vez maior de adeptos em todo o mundo, por conotação semântica, levou o homem a adaptá-lo à neve, ao ar, e outros, sempre perigosamente, a inventar outra modalidade, urbana – o surfe ferroviário – como pingentes viajando em cima do teto do trem, no máximo pulando de um vagão para o outro.

O surf de peito ou bodysurfing – corpo surfando - é uma atividade lúdica que consegue resgatar a conexão íntima do ser humano com a natureza, um hábito dos povos antigos que é cada vez mais necessário nos dias de hoje. Investigar a filosofia desta brincadeira garante o resgate dos costumes primitivos, além de permitir ampliar a cultura humana. Esta brincadeira permite utilizar o corpo como prancha de surfing. O surf de peito é praticado com ou sem nadadeiras. As nadadeiras ou pés-de-pato melhoram a propulsão dentro d’água e com isso torna-se mais emocionante o deslize do corpo desnudo sobre as ondas. No Brasil, esta atividade está crescendo a cada dia e ganhando mais entusiastas.

Desde os remotos tempos, assim o surfe de peito se faz. O homem, ao longos dos séculos, aprendeu a observar os métodos furtivos dos golfinhos, leões-marinhos, focas, orcas, tubarões e até gaivotas ao longo dos litorais na caça de suas presas. Desenvolveu distintas formas de entrar no mar, abordar as ondas e sair deste ambiente hostil e perigoso sem danos a si próprio, e mais uma vez esta técnica tornou-se vulgar e se espalhou pela comunidade afim.

Até hoje são organizados eventos de surf de peito como a celebração de um grande congraçamento, uma festa, um encontro de amigos, onde os prêmios aos campeões são o sincero prestígio dispensado por todos. Há o elemento competitividade, porém em diminuto grau de exaltação sem, em momento algum, deixar de ser natural do ser humano, haja vista que a prática de que falamos também foi pelo homem inventada. O surf de peito, enquanto celebração ao sagrado ou mesmo hoje, profanamente praticado, é fruto de um conhecimento profundo da natureza e do respeito dos seus limites. Atualmente, são inúmeras as modalidades desportivas praticadas nas ondas, contudo o surf de peito ainda se mantém vivo, sendo desta maneira, a base dos esportes sobre as ondas.

Na contemporaneidade, a idéia de se organizar, no Brasil, campeonatos de surf de peito surgiu em torno da web. Entre 1999 e 2004, criou-se uma lista de discussão que agrega praticantes de vários Estados. Esta comunidade inaugurou nova fase para o esporte no país, mas sem perder o contato e os ensinamentos dos atletas mais experientes. Atualmente, reúne dezenas de atletas cadastrados, praticantes ativos, de diversos Estados do Brasil. Enfim, não importa a peculiaridade do entretenimento realizado, o praticante de esportes nas ondas deve apreender o conhecimento sobre como surfar de peito para saber entrar e sair do mar e estar pronto para situações adversas. O surf de peito contribui na melhora do condicionamento físico, qualificando e capacitando os surfistas nas mais diversas atividades nas ondas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto.

Valeu mesmo pela bela colaboração..

Assim, com as iniciativas como a sua, o nosso esporte fica cada vez mais perto do verdadeiro reconhecimento e respeito.
Porém, nem ligo se um dia será valorizado ou não. Pois de uma coisa é certa, eu ficarei valhinho velinho e ainda sim estarei entrando no mar para brincar com as ondas!

Um abraço!

João Henrique disse...

Parabéns pelo Texto e pelo Blog!
Sucessos aí!