segunda-feira, 5 de maio de 2008

Natação de resgate: prospectiva pedagógica no âmbito da prevenção

Por: Osni Guaiano

Contribuir na mudança de conceitos em relação à prevenção do afogamento, o salvamento e o socorrismo é a meta deste trabalho. Da prática, novas idéias! E, assim sucessivamente. Da popularização da natação de resgate, inovações. A idéia é gerar temas e reflexões, tendo o profissional de Educação Física como mediador e facilitador, que cria situações de aprendizagem e desenvolve competências com visão interdisciplinar, contextualizando e privilegiando a construção de conceitos, com conteúdo dinâmico, organizado por áreas de conhecimento e temas geradores.

Deste modo, a sala de aula e a piscina passam a ser locais de reflexão e de situações de aprendizagem, com toda a atividade centrada em projetos e resolução de problemas. O acompanhamento, formativo, buscando assim analisar as competências adquiridas. O objetivo é criar educação preventiva de qualidade antenada com os anseios da comunidade com proposta pedagógica séria, prática condizente com a teoria. Com isso, melhorar as condições de vida do ser humano. E, neste sentido queremos não apenas compreender as condições culturais, históricas e sociais que envolvem a natação de resgate no Brasil, mas torná-las pública.

É possível melhorar a prevenção e diminuir as estatísticas de acidentes e mortes por afogamento no Brasil! Pois, as centenas de profissionais de Educação Física que, anualmente, são introduzidos no mercado de trabalho, pelo acesso a cursos de atualização profissional e educacional, ou cursos de extensão universitária em natação de resgate, serão os futuros propagadores das técnicas de prevenção do afogamento no país.

É notório afirmar que uma pequena parcela dos que concluem o ensino superior, no campo da Educação Física, trabalha com natação. Essa pequena parcela de homens cooperativos já seria suficiente para que os métodos seguros da natação de resgate fossem difundidos entre a população.

Infelizmente, ser um exímio nadador e ter bom preparo físico não são garantias para ninguém sair de uma situação de perigo iminente, mas a maioria das pessoas acha que saber nadar é o suficiente para evitar um afogamento ou mesmo para ajudar alguém que está se afogando. É claro que tais conhecimentos ajudam, mas só mesmo um Guarda-Vidas ou alguém que conhece as técnicas de natação de resgate pode realmente enfrentar situações de perigo e pânico e conseguir escapar do risco de morte.

Mar revolto, escuridão, temperatura baixa, adrenalina altíssima são alguns fatores que podem prejudicar um resgate. Isso sem contar os perigos nos rios, represas, lagos e outros ambientes aquáticos, até mesmo a piscina particular. Mas, com algumas técnicas como o nado específico de reboque, por exemplo, é possível tentar vencer o perigo e se salvar, ou salvar alguém.

Como Guarda-Vidas profissional há mais de 25 anos, perito em prevenção, salvamento e socorrismo, sinto-me na obrigação de tentar com minha experiência diminuir o grande número de acidentes e mortes por afogamento que acontecem no Brasil. Observo a natação de resgate e o profissional de Educação Física, ferramentas que podem ampliar o conceito de prevenção do afogamento no Brasil, de maneira certa e eficiente, pela educação.

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