segunda-feira, 21 de julho de 2008

NUNCA ESTIVE NUMA SITUAÇÃO COMO AQUELA

Por: Gelson Junior - Cabo Frio RJ

Chamo-me Gelson e sou Guarda-Vidas de Cabo Frio, Região dos Lagos, Estado do Rio de Janeiro. Normalmente, os GVs de Cabo Frio não têm postos fixos, assim constantemente estamos oferecendo segurança aos banhistas em praias e postos variados.
Certo dia estava em meu posto quando avistei (6) seis pessoas em uma Corrente de Retorno (RN) precisando de ajuda, se afogando, eram três moças e três rapazes. Corri e nadei até aos afogados o mais rápido que pude.
Quando cheguei até eles, me dei conta que estava somente com uma nadadeira, mas contando com o meu excelente preparo físico e experiência em outros socorros, agarrei duas das três moças de uma só vez, com uma das mãos, as duas moças mais leves e com a outra a mais pesada.
Hora fazia pernada de water polo, hora pernada de peito e hora ainda, pernada de crawl. Vale lembrar que nunca estive numa situação como aquela: (sozinho e com seis pessoas precisando de ajuda imediata).
Enquanto fazia de tudo para manter as três afogadas sobre a água, os outros três rapazes iam sendo levados pela Corrente de Retorno, quando me dei conta e olhei para a praia, todos estavam de pé assistindo o que se passava. - Alguém poderia ter tido, não digo nem coragem, mas o lampejo de pelo menos jogar uma bóia ou uma prancha ou mesmo uma bola para os rapazes que estavam em apuros.
Por sorte, certo amigo passa na areia da praia, naquele momento, com sua prancha e viu o que estava ocorrendo. Ele entrou no mar e deu a sua prancha para servir de apoio para os três rapazes que estavam passando o maior sufoco, talvez o maior da vida deles.
Foi o tempo necessário para tirar as moças da Corrente de Retorno, com a ajuda do próprio mar, que por hora se apresentava como algoz, mas agora como ajudante, chegarmos à areia. Elas, graças, não precisavam de 1ºs socorros imediatos.
Ao chegar à areia voltei imediatamente para dentro d’água para prosseguir na minha missão de “Salvar Vidas Humanas”, pois ainda restavam três pessoas no mar e precisavam de meu auxílio. Conclusão: Graças a Deus!
Deus mais uma vez esteve comigo e acredito não somente comigo, mas com todos aqueles que se dedicam no árduo serviço de salvar vidas. Deus como sempre, estará comigo. Naquele dia eu estava com apenas uma nadadeira e, graças não houve fatalidades, mas uma coisa muito importante é trabalhar sempre bem equipado.
Aqui fica a história e a advertência de um Guarda-Vidas com vários anos de experiência, trabalhe sempre equipado, pois você nunca sabe o que te aguarda em um dia de trabalho...
Você, que leu este relato, quando estiver passando por aqui na Praia do Forte, (Cabo Frio – RJ) aproveite para dar uma paradinha e treinarmos um pouco.
Aloha!!

BRINCADEIRA NA BEIRA DO RIO

Por: GUEDES, Maria Zenaide


Quando pequena eu morava em Belém do Pará. Minha família ia passar férias numa casa defronte do Rio Afuá, o qual fica cerca de duas horas de barco de Macapá-AP. Nesse ano, o rio estava com a maré bem baixa. Eu tinha uns nove anos de idade e brincava sempre no trapiche na beira do rio, um tipo de píer usado para as embarcações retirarem seus produtos, peixes, legumes, verduras e frutas. Sempre corra para lá a fim de ganhar algumas frutas.
Estava no trapiche brincando quando uma amiguinha minha ficou me pedindo uma mordida do jambo delicioso que havia ganhado do barqueiro. Mostrei a ela o caboclo que carregava os jambos, mas ela ficou com vergonha de pedir e insistia em me atazanar. Aí falei que a jogava no rio se ela me enchesse mais a minha paciência. Ela dizia que duvidava que conseguisse. Eu respondia que sim e ela não acreditava. Terminei de comer e ela me caçoava dizendo "duvido, duvido" e corria. Ia atrás, mas não tinha a intenção de empurrá-la, pois a queda do trapiche na a água seria bem mais alta que nós duas juntas.
Ela insistiu tanto que a empurrei. Quando olhei, ela afundou, botava o pé no fundo e subia, fazendo isso várias vezes. Eu falava para ela se agarrar no tronco, num dos pilares do trapiche, mas ela não saía do lugar. Desci pelo tronco até cair na água. Coloquei-a nas minhas costas e a carreguei até a beira do rio. Ela não sabia nadar, então por que ficava me implicando? Meu pai me viu trazendo-a nas costas e me deixou de castigo por dois dias sem sair de casa. Nos dois dias enclausurados em casa, ela passava pela janela e me dava um jambo escondido.
Mais de vinte anos se passaram e já estava casada, já tinha até um filho com a mesma idade que a gente, na época. Ela confessou nesse encontro que aprendera a nadar e me agradeceu o "empurrãozinho". Hoje, moro no Rio e já tenho uma outra filha de 21 anos. Soube então, no início deste ano, que a Júlia, minha amiguinha, havia morrido afogada, vítima de uma embarcação superlotada que afundara à noite a caminho de Amapá. Que Deus a tenha!

terça-feira, 15 de julho de 2008

VIRADA DE ANO EM TRINDADE

Por: Felipe Sé

Olá galera do Salvamento Aquático,
Era 30 de dezembro de 1998, eu estava em Trindade, último vilarejo do litoral carioca, surfando de peito com uns amigos na Praia Grande, quando um surfista entrou no mar no quebra-côco. O mar estava com altas ondas.
As séries vinham com uns 6 a 8 pés e a correnteza puxava muito. O surfista descuidado entrou afobado bem na frente da arrebentação, quando uma série monstra chegou. A rainha tinha uns dois metros e meio e quebrou bem em cima dele. Eu dropei a seguinte e vi o carinha se recompondo sobre a prancha e tomando mais uma. Perguntei-lhe se estava bem, mas seu olhar foi privatório. - Como é que esse cara aí, só de peito vai me ajudar? Imaginou ele. E sua resposta foi que estava bem. E tomou mais uma na cabeça.
Na 4ª onda ele se livrou do slash e largou a prancha quando atravessava a massa d´água. A prancha passou voada e veio parar perto de mim. Meu amigo resgatou a prancha dele e eu esperei ele emergir. Uma outra onda já estava de pé quando ele surgir, atônito e batendo os braços desesperado. Peguei uma onda e cai quase em cima dele. Ainda debaixo d´água procurei por ele e o puxei junto comigo. Ele se agarrou em mim e não falava nada, quando perguntei se estava bem.
Ele grudou no meu pescoço e aí dei um soco na barriga dele para ver se ele se ligava no que estava fazendo. - Qualé? Quer me levar junto contigo! Mandei ele ficar calmo e mergulhar quando eu falar. Nós mergulhamos depois que uma onda enorme estourou e conseguimos passar. O mar se acalmou um pouco e aí puxei ele em direção à sua prancha. Ele subiu na prancha e descansou um pouco. Passei-lhe um sermão necessário. Ele nunca podia ter entrado onde entrou, mas me confessou que surfava há pouco tempo. Foi aí que eu descasquei um sermão maior ainda em cima dele. - Pô, mano! Vai namorar! Que esse negócio de surfe não vai dar pra você agora, não! Reboquei a prancha com ele em cima até vir uma onda pequena e o impulsionei em direção à beira. - Sai do mar e deixa de ser teimoso! - Disse-lhe como despedida.
À noite, num barzinho, ele se aproximou e me apresentou à sua namorada. Ele me chamou no canto e me agradeceu pelo esporro e que agi certo, pois não tinha condições de se livrar sozinho e que foi o orgulho que o impediu de pedir ajuda. Conversamos bastante e dei-lhe bons toques. Grato, apresentou-me às amigas da sua namorada. Uhu! No dia seguinte, pegamos umas ondas de peito e ainda virei o ano com uma namorada nova e um novo amigo!

CAIAQUE À DERIVA.

Por: GUAIANO, Osni Pinto

Naquela época, eu trabalhava no Grupamento Marítimo da Barra da Tijuca e fui convocado para uma escala extra no Gmar - 0 , Botafogo. Iria trabalhar como Guarda-Vidas em uma lancha, patrulhando o litoral, de Copacabana à Barra da Tijuca. Apresentei-me em Botafogo, mas a embarcação não saiu do encoradouro, pois o mar estava de ressaca, impossibilitando qualquer embarcação pequena de sair da boca da Baia de Guanabara. Fui dispensado!
Eu tinha aproximadamente 28 anos de idade e era um tarado por ondas grandes. Após ser dispensado, fui direto para a Barra da Tijuca. Lá chegando, o mar estava de Leste para Sul e peguei grandes e boas ondas em frente ao Apart Hotel Barra Leme. Ao chegar na areia e entrar no Gmar da Barra, certo cidadão entrou no quartel apavorado solicitando ajuda. "Tem um cara no maior sufoco, atrás da linha de arrebentação. Ele esta à deriva entre a Praia de São Conrado e o Costa Azul!"
Naquela área só havia costão ou costeira como muitos chamam (pedras). Nesta área não tem sequer um pedacinho de areia para contar história; e mais, o mar estava de ressaca. Enorme!
Na época, o responsável pela Barra da Tijuca solicitou que eu e um outro Guarda-Vidas, fôssemos executar o resgate. O rapaz levou-nos em seu carro e lá chegando, observei que há mais ou menos trezentos metros do costão daquela área, havia uma pessoa seguro há alguma coisa e quando a ondulação da série passava, afundava, sumia e repentinamente aparecia novamente.
Pequei um só pé de nadadeiras e fui logo descendo pelas pedras, enquanto meu colega de trabalho solicitava mais ajuda. Os pescadores que ali estavam observando o que ocorria, gritavam: "Por favor garoto, não vai não. Você não vai conseguir entrar no mar, está muito grande e perigoso. Você vai morrer!!!" Mas, alguém tinha que fazer alguma coisa, afinal, era uma vida que precisava ser salva! As ondas batiam contra as pedras e explodiam como dinamite. Procurei o melhor local e me posicionei para me resguardar das ondas. Já com a nadadeira no pé, quando deu o primeiro jazigo.
Pronto!!!!! Lancei-me no mar, mergulhei o mais fundo e fui o mais longe que meus pulmões podiam aquentar. Voltei à tona! Respirei e mais uma vez mergulhei o mais fundo e o mais longe que podia. Consegui! Atravessei a zona de impacto das ondas e nadei até onde estava o afogado. Era um rapaz, desesperado! - Calma amigão! Sou Guarda-Vidas e estou aqui para lhe ajudar, fique tranqüilo, lhe disse.
Ele estava se segurando na extremidade de num kaiaque, o qual encheu-se de água, quando ele tentou vencer a linha de arrebentação, zona de impacto das ondas, na praia de São Conrado, ficando a deriva e a mercê do mar bravio, e da correnteza. Alguns minutos depois estava sobrevoando, acima de nós, um helicóptero de cor branca, como uma grande cruz vermelha. Sabia que não era nosso Águia. Logo chegou o nosso fiel Águia e dele pulou um Guarda-Vidas para me ajudar, para nos tirar daquela situação perigosíssima.
Para minha surpresa, o Guarda-Vidas que havia pulado ao mar era meu antigo instrutor e amigo Alencar, Bichinho Danadinho, que ao longo de alguns meses dividiu seu conhecimento com a 1ª Turma de Guarda-Vidas, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Uma fera dos mares! Logo lançaram do Águia o puçá e nos tiraram daquela situação, colocando-nos em lugar seguro.
Dali de cima me dei conta de que o Elevado estava totalmente parado, nos dois sentidos, e todas aquelas pessoas haviam saído de seus carros para acompanhar o resgate. Elas aplaudiam e gritavam palavras elogiosas. Foi fantástico.
Depois de todo o ocorrido, o Alencar voltou ao Águia e eu voltei à Barra para pegar mais ondas. Afinal, o rapaz estava a salvo e ileso. Porém, uma coisa não podia entender: que tamanha imprudência daquele jovem. Mesmo vendo as condições desfavoráveis do mar, por simples devaneio, por pouco não perdeu a sua vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

MANUAL DE TREINAMENTO EM NATAÇÃO DE RESGATE, SALVAMENTO AQUÁTICO E SOCORRISMO

VOLUME 1
Autor: GUAIANO, Osni Pinto

INTRODUÇÃO

Vivemos num Planeta áqüeo no qual a Natação de Resgate vem se tornando a principal fronteira no campo da investigação, desenvolvimento e inovação em salvamento e socorrismo. Neste contexto, o impacto do afogamento no setor saúde pode ser estudado por várias fontes, mas nenhuma delas totalmente completa e correta. A gravidade do problema não está só na alta mortalidade que produz. É importante considerar que para cada caso mortal relacionado com o afogamento, há número bem maior de resgates com lesões em graus variáveis.

Este trabalho tem como meta unir forças e não somente ampliar o conhecimento, mas também expandi-lo entre a Sociedade. Com isso, colaborar para prevenir e diminuir do alto índice de acidentes e mortes por afogamento. Dentre os objetivos deste trabalho está a atualização profissional e educacional, para deste modo ampliar a prevenção do afogamento e assim diminuir o número de acidentes no meio aquático. Portanto, aperfeiçoar a saúde e a qualidade de vida. Porque, o cidadão atualizado pelo processo de educação poderá vir a desenvolver cultura na sociedade e assim, contribuir para o controle do afogamento.

O objetivo deste manual é divulgar a natação de resgate e com isso indicar o que existe de mais moderno sobre o assunto em outros países, mas que no Brasil é inédito. Ele resume a nossa preocupação com a questão do afogamento, pois em relação à prevenção deste tipo de ocorrência está correto dizer que ainda somos minoria no Brasil.

A proposta é apresentar temas, conteúdos e habilidades necessárias para incrementar as aulas de natação e assim, ampliar a informação sobre a prevenção e o salvamento de vidas humanas na água। Assim, neste primeiro volume, buscamos estabelecer e divulgar quatro modalidades do salvamento aquático, as quais têm grande abrangência em países como Austrália, Espanha, África do Sul, Portugal, Itália, Japão e muitos outros. Queremos com isso evoluir em relação a conceitos de prevenção de acidentes aquáticos, mediante a natação de resgate, o que pensamos ser importante veículo educacional, que poderá suscitar futuras e significativas investigações e constatações.A natação de resgate é uma ferramenta de cunho social fortíssimo, educadora, promove a melhora das capacidades coordenativas e condicionantes, aumenta a capacidade vital, amplia a hipertrofia muscular, preveni a sarcopenia, melhorando deste modo à fisiológica geral humana. Além disso, a natação de resgate promove o desenvolvimento do sistema de controle biológico geral retardando a síndrome metabólica.

A natação de resgate é composta por dezenas de exercícios que melhoram o metabolismo humano, aprimorando o desempenho no trabalho e inclusive, fora dele, pois os conhecimentos e exercícios praticados permitem o melhor relacionamento interpessoal।

O termo natação de resgate tem outras aceitações, as quais são entendidas no âmbito profissional, humanitário, educativo e desportivo, e cada vez mais são estudadas e analisadas pela sociedade do conhecimento.Queremos, por meio deste singelo manual, manifestar ações de controle do afogamento e com isso, atrair maior número de jovens, encorajar e desenvolver técnicas de salvamento e socorrismo, além de manter e melhorar a imagem do resgate no meio aquático no Brasil.

A natação de resgate, o salvamento e o socorrismo surgem como propostas plenamente vinculadas à educação e, sobretudo a educação para a vida, a formação de cidadãos em geral e a educação para a saúde em particular।Supomos que pela natação de resgate podemos aperfeiçoar o indivíduo, assegurando-lhe diversão e formação. Enfim, cabe a nós, cidadãos de bem, não esmorecer. Trabalhar duro, não desistir de divulgar meios de como reconhecer, prevenir e agir na presença do afogamento, pois isto é mais que necessário, é um dever cívico! Afinal, cidadania é se preocupar com o bem-estar de todos, é estar pronto para ajudar a todo momento, é promover a saúde e o espírito de colaboração.

1 EQUIPAMENTOS

1.1 Manequim de salvamento
O manequim é um equipamento para treinamento e competição em simulados de resgate e remoções (primeiros socorros). O manequim é fabricado no sistema de rotomoldagem. Confeccionado em polietileno atóxico de alta densidade e resistência. Sua cor predominante é o laranja, altura de entorno de um metro e peso de aproximadamente quatro quilos. Sua circunferência na base é de 90 cm, no meio 79,5 cm, nos ombros 47 cm e na cabeça 59 cm. Este equipamento é hermético e pode ser nivelado por meio de água (lastro).

Possui quatro entradas e saídas de água, que são projetadas por quatro peças especiais com roscas helicoidais, com função de abertura e fechamento. O manequim é acompanhado por uma bolsa de acondicionamento com alças e telas para a saída de líquidos.

Enfim, o manequim simula uma vítima inconsciente e é usado por profissionais e alunos nas mais variadas formas de salvamento e socorrismo।
1.2 Tubo de resgate
O Tubo de resgate foi projetado e construído para prática de natação de resgate e salvamento em geral. Ele possui 900 mm de comprimento e 140 mm de largura; tem 85 mm de espessura e pesa 0,685 kg; com capacidade de flutuabilidade de até 165 kg, pode ser encontrado nas cores vermelha, amarela e laranja.

O tubo de resgate é confeccionado em espuma de células fechadas obtidas a partir da expansão de uma mistura de polietileno de baixa densidade (PEBD) reticulado e etileno acetato de vinila moldada. Em uma extremidade, um cadarço de nylon de 2,5 cm de largura,com um mosquetão de alumínio e ou material resistente. Na outra extremidade, duas argolas que possibilitam o fechamento do salva vidas em tono do manequim (vítima), fazendo o papel de cinto.
Uma corda de polietileno bicolor, aproximadamente com 2600 mm de comprimento। A sua função é ligar o tubo de resgate a um suspensório feito com cadarço de nylon de 50 mm de largura, servindo para ser preso ao corpo do socorrista.

1.3 Nadadeira de salvamento
As nadadeiras são pecas indispensáveis para o desenvolvimento da pernada na natação de resgate. Elas fortalecem a musculatura das pernas. Desenvolvidas em borracha maleável e em design moderno e inovador, proporcionam o máximo em conforto, eficiência e durabilidade.

As nadadeiras, quando não estiverem sendo usadas, não devem ser deixadas ao sol ou calor intenso. Recomenda-se lavar as nadadeiras em água doce e corrente, após o uso e secá-las bem antes de guardar, fora da embalagem e em lugar arejado, seco e fresco.

1.4 Cinto ou suspensório de salvamento
O cinto ou suspensório de salvamento é desenvolvido em fita plana não rígida. Contém uma argola fixa de aço inoxidável e um fecho em nylon. A corda sintética, que acompanha o equipamento, possui uma mola mosquetão numa de suas extremidades. Tem cerca de 30 metros de comprimento e 5 mm de espessura.
Este conjunto destinado à natação de resgate não possui elementos capazes de provocar lesões.


2 NATAÇÃO DE RESGATE

2.1 50 metros – socorrista / INDIVIDUAL
Após o sinal acústico de saída o nadador de resgate mergulha, nada 25 metros estilo livre com nadadeiras e tubo de resgate, toca a parede de virada, prende o clip do tubo de resgate dentro da linha de 5 metros da parede, e nada até a chegada completando os 50 metros. O competidor pode recuperar sua(s) nadadeira(s), se caso as perder durante a prova.

O nadador de resgate não pode ser ajudado por qualquer elemento da piscina, por exemplo, demarcadores de área, corda, escadas e outros. Não pode atar o clip do tubo de resgate fora da linha dos 5 metros desde a parede de virada. Não pode tocar a parede de chegada sem que o tubo de resgate tenha o clip enganchado. Não pode deixar de tocar a parede na virada.
2.1.1 Equipamentos
Nadadeiras e tubo de resgate.

2.2 Revezamento 4 x 25 metros - arraste do manequim
Esta modalidade é realizada por quatro nadadores de resgate que se revezam entre si durante o reboque do manequim, aproximadamente 25 metros cada um. O início se dá com o nadador de resgate dentro d’água. Seguro ao manequim de salvamento com uma das mãos e, com a outra mão, seguro a parede ou bloco de saída da piscina. Durante toda a duração desta modalidade a face do manequim deverá ser mantida fora d’água. Após o sinal acústico de saída o nadador de resgate reboca aproximadamente 25 metros, toca a parede e passa o manequim ao segundo nadador e assim sucessivamente até o quarto nadador, o qual finalizará a prova.

O nadador que está rebocando não pode soltar o manequim até que o seguinte nadador o tenha agarrado. Todos os nadadores de resgate deverão esperar a chegada do manequim com uma das mãos na borda e mantê-la segura durante o recebimento do manequim.

O nadador de resgate não pode afundar a face do manequim na água durante o trajeto ou troca. Não pode ser ajudado por qualquer elemento da piscina, por exemplo, os demarcadores de áreas, escadas e outros. Não pode soltar o manequim antes de efetuar a troca. Não pode soltar o manequim antes de tocar a parede de chegada. Não pode deixar de tocar a parede de virada.

2.2.1 Equipamento
Manequim de resgate

2.3 Revezamento 4 x 25 metros - salvamento com tubo de resgate
Esta modalidade é realizada por quatro nadadores de resgate. O primeiro nadará 25 metros estilo livre sem nadadeiras. Após haver tocado a parede de virada, o segundo nadador mergulha na água e nada outros 25 metros estilo livre com nadadeiras e toca na parede oposta. O terceiro nadador nada outros 25 metros estilo livre, com tubo de resgate, toca a parede de virada e passa o tubo de resgate ao quarto e último nadador, que está com nadadeiras na água aguardando num dos lados da raia, com pelo menos uma das mãos na parede de virada. O terceiro nadador, fazendo então papel de vítima, agarrará o tubo de resgate com ambas as mãos. Desta maneira, será trasladado pelo quarto competidor que nadará estilo livre até a chegada. O terceiro nadador (vítima) poderá ajudar com batimentos de perna enquanto é trasladado. Não é permitido qualquer outro auxílio.

Após a saída, se o nadador perder sua(s) nadadeira(s), poderá continuar seu deslocamento. É permitido que recupere sua(s) nadadeira(s), mas não será permitido realizar nova saída em outra série. A pegada no tubo de resgate realizada pela vítima deve efetuar-se com as mãos no corpo do tubo de resgate e não na corda ou clip.

Não é permitido a qualquer nadador começar antes que o seu antecessor toque a parede. A “vítima” não pode auxiliar com movimentos dos braços. A “vitima” deve agarrar o tubo de resgate com as duas mãos antes de cruzar a linha de 5 metros da área de pegada e não depois. A “vítima” não pode perder o tubo de resgate após cruzar a linha de 5 metros. O nadador não pode realizar dois ou mais revezamentos na mesma modalidade, excluindo o terceiro nadador que atuará como vítima.

2.3.1 Equipamento
Tubo de resgate e nadadeiras.

2.4 50 metros - resgate com cintos ou suspensórios de salvamento
Esta modalidade é realizada por quatro competidores, dos quais um fará papel de vítima, um de nadador resgatista, que nadará 25 metros estilo livre atado a um cinto de salvamento e os dois outros socorristas puxarão os companheiros pelos suspensórios, 25 metros até a borda de chegada.Os dois participantes que se encontram na borda da piscina e que dispõem de área de atuação de três metros de comprimento por dois de largura (3 x 2), no prolongamento de sua raia de competição, podem utilizar calçado desportivo com solado antiderrapante.

O nadador que estiver participando como vítima ao sinal se posicionará dentro d’água e ficará de costas para a largada, seguro a borda da piscina com ambas as mãos.

Ao comando, o nadador de resgate que usará o cinto de salvamento se colocará de pé. Ao sinal de - preparados / nas suas marcas - se aparelhará e tomará lugar para a largada. Ao sinal de saída se lançará na água e nadará até a “vítima”, do outro lado da piscina, que de costas estará seguro a borda. O socorrista pegará a vítima pelas axilas e serão, ambos, rebocados pelos outros companheiros que permaneceram fora da piscina, mediante tração da corda atada ao cinto de salvamento. Ao chegarem, o nadador resgatista tem de tocar a parede com qualquer parte do corpo ou com pelo menos uma das mãos, seguro ao sujeito “afogado”.

A “vítima” não pode soltar da borda antes de ser resgatada. Os resgatistas que estão fora da piscina não podem sair da zona de tração. Não se pode soltar a vítima antes de tocar a borda de chegada. Caso durante o resgate a vítima se soltar o nadador resgatista tem que retornar para pegá-la. A “vítima” não pode nadar seja em qualquer momento da prova. O resgatista não pode trasladar a vítima com uma ou ambas as mãos na garganta, boca ou nariz da vítima.

2.4.1 Equipamento
Suspensórios de salvamento.

3 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
. Aquatic Rescue Sport Book of the International Life Saving Federation;
. Manual de Salvamento Acuático Deportivo de la Federación Española de Salvamento y Socorrismo;
. Manual de Salvamento Aquático Desportivo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático.