O vento é um fenômeno relacionado com as diferenças de temperatura nas regiões atmosféricas. Quando o vento sopra sobre a superfície do mar, gera ondas, pela transferência de energia. Quanto mais tempo o vento soprar, e quanto mais intenso ele for, maior é a ação geradora que irá formar vagas distintas, a ondulação. A ondulação tende a cruzar o oceano e chegar à costa em grupos de ondas, séries ou conjuntos de ondas. Esta massa d’água ao chegar na costa e encontrar um fundo mais raso, a parte submersa da onda perde velocidade e transporta a energia para a parte superior. Este transporte de energia faz a parte alta da onda, precipitar-se e cair, caracterizando a zona de impacto ou linha de arrebentação. É na linha de arrebentação que a mistura da água do mar, na forma de onda, e do ar atmosférico formam o espumeiro.
Em algumas praias, ao chegar à ondulação à costa, a ação da corrente de deriva, a movimentação dos grãos de areia e o fundo da praia, criam correntes laterais, entre a parte seca da praia e o baixio, parte rasa logo abaixo a superfície da água. A corrente lateral, é uma depressão natural feita pelo mar. Esta corrente encontra-se paralela à praia e age como alimentador do canal principal, a corrente de retorno. A corrente de retorno, ou canal principal, também conhecido como vala, tem a função de levar toda a massa d’água que chegou na praia na forma de onda, de volta para o oceano.
Então, existindo encontro de correntezas laterais, haverá formação de corrente de retorno. A vastidão, comprimento e largura, da corrente lateral e de retorno, está relacionada com o volume da massa d'água que chega à costa, na forma de onda. A velocidade da água na corrente de retorno pode chegar a cerca de 2 a 3 metros por segundo e sua força chega até a parte de trás da zona de impacto das ondas.
São estes os incríveis fenômenos da natureza que compõe o cenário das praias.
Podemos apontar quatro tipos de correntes de retorno.
Quanto à localização:
a) Fixas
São caracterizadas por permanecerem fixas na mesma área por meses ou anos. A razão dessa permanência é que o fundo e as condições físicas nesses locais sofrem poucas mudanças. Os cantos de pedra como costões, molhes e piers são exemplos de estruturas que formam correntes de retorno fixas, no sentido da praia para o mar, em virtude da convergência de correntes laterais para o canto de pedra ou pela ocorrência de grandes ondas que elevam rapidamente o nível de água.
b) Permanentes
São formadas por sulcos profundos escavados na areia, o que representam condições favoráveis para o retorno das águas no sentido do mar. Os sulcos são formados pela convergência de correntes laterais para um mesmo ponto ou pela ocorrência de grandes ondas que elevam rapidamente o nível de água, rompendo o banco de areia em um determinado local. Uma vez completamente estabelecidas, as valas fixas podem durar vários dias ou meses, dependendo da movimentação de areia. Nas praias rasas e intermediárias onde existem lajes de pedra após a linha de arrebentação, as ondas quebram com mais freqüência, formando correntes de retorno fixas, devido ao constante retorno da água, pelo mesmo local.
Quanto ao tempo de duração:
c) Temporárias
Apresentam sulcos pouco profundos, não possuem estabilidade, são temporárias e duram apenas algumas horas ou menos tempo. Este tempo irá depender da movimentação de areia pelas correntes laterais. As ondas que se rompem colocam a areia em suspensão, facilitando o transporte dos grãos. Geralmente ocorrem nas praias rasas e intermediárias.
d) Instantâneas
Estas correntes de retorno aparecem de repente, logo após grandes séries de ondas que se precipitam e se quebram ao se aproximarem da praia, trazendo um grande volume de massa líquida, formando um refluxo de água que retorna para o oceano. Os sulcos se formam e desaparecem rapidamente. Geralmente ocorrem nas praias de tombo e intermediárias.
Um comentário:
Muito legal aprendi bastante , mas nao era o que eu estava procurando!!!
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