Por: GUAIANO, Osni Pinto
RESUMO
O afogamento pode atingir o ser humano em qualquer idade, mas a infância e a adolescência são as fases de maior susceptibilidade, visto que quase 65% das mortes por afogamento no mundo acontecem entre 0 e 14 anos. O impacto do afogamento no setor saúde pode ser estudado por várias fontes, mas nenhuma delas totalmente completa e correta. A gravidade do problema não está só na alta mortalidade que produz. É importante considerar que para cada caso mortal relacionado com o afogamento, há número bem maior de resgates com lesões em graus variáveis. O objetivo deste trabalho é investigar os fatores que contribuem para o alto índice de mortes por afogamento no Estado de São Paulo. Com informações do banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, Óbitos por Ocorrência por Região segundo Unidade da Federação, Causa - CID-BR-10: Afogamento e submersões acidentais, somamos as mortes por afogamento no Brasil entre 1996 e 2002 e constatamos que ocorreram cerca de 45,2 mil óbitos (17,94 óbitos/dia). As informações do DATASUS apontam que, no mesmo período, o Estado de São Paulo registrou cerca de 10,57 mil mortes por afogamento, ou seja, 54,46% do total de óbitos da Região Sudeste. Este fato dá ao Estado o 1º lugar no cenário nacional em relação à mortalidade por afogamento. Com subsídios do Salvamar Paulista - Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo - observamos que, de 1996 à 2002, ocorreram aproximadamente 1,4 mil mortes por afogamento no litoral de SP. Então onde estariam as 9,17 mil mortes relacionadas com o afogamento no Estado de São Paulo? Observamos que a população do interior cresce mais que a litorânea e este fato pode representar muitas mortes. Outro sinal é que o sistema público de segurança, do Estado e dos Municípios que o compõem, não está preparado para a grande demanda de banhistas e turistas que se beneficiam do lazer público e gratuito nos rios, represas, lagos e outros. Além disso, há deficiência de regulamentação e fiscalização, pertinente e adequada para atender ao interior do Estado. Outro problema, e ainda mais grave, é a carência da população por informações apropriadas que a conduza a prevenir e agir diante do afogamento. Esta sinopse dá a entender que fatores demográficos, político-sociais, educacionais e culturais têm contribuído para aumentar o número de mortes por afogamento no Estado de São Paulo.
Palavras-chave: AFOGAMENTO – MORTALIDADE - SAÚDE PÚBLICA
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