segunda-feira, 5 de maio de 2008

A intervenção do profissional de Educação Física diante dos acidentes mais comuns na atividade física

Por: GUAIANO, Osni Pinto

RESUMO

Os profissionais de Educação Física freqüentemente estão envolvidos com situações de risco de lesões e acidentes durante o exercício de sua profissão. Estes profissionais têm um papel fundamental na prevenção de tais acidentes e devem evitar expor seus alunos ou clientes a fatores de risco, elaborando programas apropriados de treinamento individuais, de acordo com a modalidade desportiva. Mas, quando a prevenção é realizada e os acidentes escapam do controle, é de extrema importância que os profissionais da Educação Física saibam como socorrer seus alunos e atletas, uma vez que eles são os primeiros indivíduos a terem contato com a vítima. O objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento dos profissionais de Educação Física sobre como lidar com os acidentes mais comuns na atividade física. Organizamos um curso, com carga horária de 8 h/a e distribuímos, aleatoriamente, questionários para (n=24) sujeitos, ou seja, 55% dos profissionais de Educação Física de uma academia da cidade de São Paulo. O instrumento de avaliação continha 13 questões, sendo as duas primeiras perguntas destinadas a coletar dados pessoais e grau de escolaridade e as demais reservadas as concepções sobre primeiros atendimentos। Da amostra, 58,33% eram do sexo masculino e 41,67% do sexo feminino, com idade média de 28,06 anos. 29,17% eram graduandos e 70,83% graduados. Dos formados, 25% eram pós-graduados e 4,17% mestrandos. Por meio da auto-avaliação 95,83% expressaram que sabem nadar. 4,17% avaliaram ter desempenho um na água, 8,33% atuação dois, 25% execução três, 33,33% comportamento quatro e 29,17% performance cinco. 33,33% do total da amostra, já assistiram há algum afogamento. 91,67% entendem que nas entorses, luxações e contusões em geral, se deve aplicar gelo no local, no momento da lesão. 45,83% assinalaram que no caso de uma convulsão epilética, o mais importante é proteger a cabeça do paciente. 83,33% entendem que a fratura exposta é lesão mais perigosa num acidente. Antes do programa de aulas, apenas 58,33% observaram que o pulso e a respiração são os principais parâmetros clínicos diante de uma PCR. A relação (30:2), compressão cardíaca externa e respiração de resgate, foi apontada por 16,67% como essencial durante a RCP em crianças de 1 a 8 anos e 12,5% em vítimas acima de 8 anos. Somente 8,33% da amostra assinalou que se deve realizar 5 ciclos de (30:2) antes de deixar um acidentado com PCR sozinho, para então telefonar para 193. No caso de PCR com suspeita de TRM, somente 50% inclinariam à cabeça da vítima para trás e lhe elevariam o queixo para desobstruir as vias aéreas para então, iniciar as manobras de RCP. Levando em consideração o número de sujeitos é prematuro afirmar que os profissionais de Educação Física possuem pouco conhecimento para lidar com os acidentes mais comuns em atividade física, principalmente quando se trata de Ressuscitação Cárdiopulmonar – RCP. É necessário ampliar a amostra. Todavia não é difícil perceber que as propostas pedagógicas do campo da prevenção podem beneficiar os usuários de academias no atendimento de emergência realizado por circunstantes e que os treinados tornam-se agentes multiplicadores e, portanto, também podem salvar vidas.
SÃO PAULO, 2006

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