sexta-feira, 30 de abril de 2010

SERÁ O LIXO UM FATOR DE RISCO QUE INDIRETAMENTE CONTRUIBUI PARA O AUMENTO DA MORTALIDADE POR AFOGAMENTO?

Por: Osni Guaiano

Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma (Lavoisier, 1764-1794). O afogamento é um problema que afeta toda a sociedade internacional e que se agrava com as situações de emergência geradas pelo lixo abandonado nas ruas, nos rios, nas praias e no mar. O Brasil incidiu em 75913 mortes por afogamento entre 1996 e 2007 (SIM/MS). Os resíduos sólidos (o lixo) têm contribuído de maneira importante para esta realidade no país. O objetivo desta sinopse é apontar que os resíduos sólidos são fatores de risco que indiretamente têm cooperado de modo importante para o aumento do risco de morte por afogamento no Brasil. Cerca de 20% da humanidade consomem mais de 80% dos recursos naturais do planeta. Na presente realidade, vivemos num ambiente onde a natureza é profundamente agredida. Toneladas de matérias-prima, provenientes dos mais diferentes lugares do planeta, são industrializadas e consumidas gerando rejeitos e resíduos, que são comumente chamados lixo. Cerca de 5 Kg/semana é a quantidade de lixo produzida por um ser humano. Somente 2% do lixo de todo o Brasil é reciclado. A título de comparação, o percentual de lixo urbano reciclado na Europa e nos EUA é de 40%. Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. Devendo-se isto ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo de uma população. Aproximadamente 88% do lixo doméstico brasileiro vão para o aterro sanitário, o qual pela fermentação gera dois subprodutos: o chorume e o gás metano. O metano é o relógio da mudança climática, já que é um gás 20 vezes mais perigoso que o CO2. Dentre os vários fenômenos gerados pelo aquecimento global está o aumento do nível do mar e da precipitação, a qual, aliada ao lixo, tem acrescido as enchentes e inundações. Embora o termo lixo se aplique aos resíduos sólidos em geral, quando adequadamente tratado, muito do que se considera lixo pode ser reutilizado ou reciclado. Hoje sabemos que além de gerar emprego e renda, reciclar reduz a demanda de matérias-primas, ampliando com isso a conservação do meio ambiente. Mais do que isso, atualmente, a cada dia, torna-se ainda mais necessátio praticarmos os (5Rs) – RECUSAR (Evite comprar materiais que prejudiquem o meio ambiente); REDUZIR O CONSUMO (Reduza o desperdício de materiais); REUTILIZAR (Aproveite materiais utilizando-os sempre que possível); REFORMAR (Reutilize materiais de diferentes maneiras) & RECICLAR. Ao mesmo tempo em que este exercício desenvolve a preservação da natureza, contribui de modo importante como medida de prevenção e controle do afogamento, já que o risco de morte por afogamento se produz em piscinas, praias, rios e outros ambientes aquáticos e também, nas zonas rurais e nos centros urbanos, nas ruas, túneis, garagens, carros e até mesmo dentro de nossas próprias casas. O lixo, quando abandonado, potencializa as enchentes e inundações, tornando-se com isso um problema que compromete toda a sociedade. Pensamos, entretanto, que o aumento da informação pode gerar resultados positivos na saúde ambiental, tais como: Ampliação da saúde; Incremento do espírito de colaboração & Desenvolvimento da cultura humana. Assim, o lixo combinado com elementos da mudança climática torna-se um fator que favorece o aumento do risco de morte por afogamento. Este é um dos motivos pelo qual se faz necessário ensinar à população a reconhecer, prevenir e agir diante do afogamento, já que contra os fenômenos da natureza não se pode lutar. É possível que o exercício dos 5Rs desenvolva a consciência preventiva, não apenas em relação à preservação da natureza, mas, sobretudo acerca de como reduzir o risco de morte por afogamento, além de outros acidentes, não somente no campo, mas principalmente nas cidades cosmopolitas, já que o acumulo de lixo passou a ser cena comum nos rios e ruas. Finalmente, é necessário saber o que fazer diante dos problemas gerados pelo abandono dos resíduos sólidos e pelo processo de educação na sociedade podemos alcançar os efeitos desejados. – A mudança climática global se converteu em algo tão importante que conscientizar a sociedade sobre como cuidar melhor do meio ambiente não é o suficiente!

Bibliografia
Guaiano, O. & Palacios, J. (2008). Epidemiología de los accidentes y ahogamientos derivados de las catástrofes naturales, efecto de la actual experiencia climática global (1996 – 2005). CONGRESO INTERNACIONAL “MAS ALLÁ DE XX ANIVERSÁRIO DE BANDERA AZUL”, 1. CD. Almonte, España: ADEAC-FEE

Guaiano, O. (2007). GLOBALEATING AND MORTALITY BY DROWNING: How can a project for children and adolescents, from basic to middle education, carried through in the city of Sorocaba contribute to preserve the environment and prevent drowning? In: WORLD WATER SAFETY CONFERENCE AND EXHIBITION, 1. (pp. 108). Porto, Portugal:ILSF

Guaiano, O. (2009). Cambio climático y minimización del impacto de los desastres naturales en la mortalidad por ahogamiento y sobrevida humana. CONGRESO INTERNACIONAL DE SALVAMENTO, SOCORRISMO Y RESCATE ACUÁTICO 2009 “EDUCAR PARA PREVENIR EL AHOGAMIENTO”, 1. CD. Guzmán, México: CUSUR

Guaiano, O. (2009). PREVENÇÃO DO AFOGAMENTO: Será que multas podem tornar as praias brasileiras mais seguras? CONGRESSO CIENTÍFICO DO 8º FÓRUM INTERNACIONAL DE ESPORTES, 6. (pp. 9). Florianópolis, Brasil: UNESPORTE

Guaiano, O. (2010). POLUIÇÃO DAS ÁGUAS: Causas, efeitos e medidas de prevenção. (Aluno do Curso Técnico de Segurança do Trabalho – Disciplina de Biossegurança). Rio de Janeiro: SENAC Caxias

Enlaces Web
http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21377. Página oficial do Ministério da Saúde, a qual possui dados sobre o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM/MS.
http://www.ajudabrasil.org/6.567.html. Página oficial da ONG AjudaBrasil, a qual contém informações sobre a questão do lixo no Brasil.
http://www.ufv.br/Pcd/Reciclar/lixo_brasil.htm। Página oficial da Universidade Federal de Viçosa, a qual possui dados sobre o problema do lixo no Brasil.

Citas, segundo as normas da American Psychological Association (APA), 5º Edição.