segunda-feira, 1 de junho de 2009

PROJETO SURF: UMA PROPOSTA EDUCACIONAL ATRAVÉS DO ESPORTE PREVENINDO ACIDENTES NO MAR

Autores: Anelise B. Gamba[1]; Alysson Lang; Gustavo Leipnitz; Luiz A. Meneghelli; Rodrigo Mainieri; Mário Martins Neto
Secretaria Municipal de Educação de Balneário Camboriú / SC

Estudos indicam que a existência do afogamento entre crianças e jovens é fato estabelecido, tornando necessárias medidas educacionais na infância. Há consenso entre inúmeros pesquisadores de que a prevenção necessita ser entendida como parte integrante do processo de formação do cidadão. O que importa é o desenvolvimento educacional das crianças, as quais, em condições ideais, podem contribuir de forma significativa para mudança de comportamento social, portanto, a reflexão da educação para a saúde deve se fazer presente nos ambientes escolares e projetos extraclasses. A proposta do Projeto Surf (PS) é oportunizar a aprendizagem da modalidade de identidade do Município, oferecendo equipamentos essenciais à prática, e ensinar aos alunos como reconhecer, prevenir e agir diante dos perigos no mar, e com isso ampliar a prevenção dos acidentes. Esta investigação é em parte descritiva e também interpretativa, pois queremos observar o resultado da aplicação de um questionário, 30 dias após o ínício do PS. Examinamos a bibliografia e dados da Secretaria Municipal de Educação de Balneário Camboriú (SEDUC). Os dados coletados foram tratados com ajuda do software Microsoft Excel. Na atualidade, a SEDUC contém 15329 alunos matriculados, 62,82% estão no Ensino Fundamental, 5,97% no CEJA e 31,31% na Educação Infantil. Dos registros na SEDUC, 1,62% estão inscritos no PS. Nossa amostra contém (n=177) sujeitos matriculados no PS, com idade média de 11,17 anos, sendo 67,80% meninos e 32,20% meninas. Dos participantes, 28,25% afirmaram que a corrente de retorno se caracteriza pela menor quantidade de espuma e de ondas. Quanto aos sinais de emergência, 76,27% asseguraram que, dentro da água, elevar o braço acima da cabeça indica pedido de socorro imediato. Em relação a costa de Balneário Camboriú, 59,32% certificaram que a praia é rasa. Sobre a prancha de surf, o brinquedo, 45,20% garantiram que as triquilhas (5.11 e 6.2) são as mais indicadas para iniciação do surf. Perguntado sobre quem é considerado o pai do surf, 35,59% confirmaram Duke Kahanamoku. Estes resultados são parciais na apreensão dos conhecimentos aplicados nas aulas do PS, sendo prematuro afirmar que o PS diminua os acidentes no mar. Do mesmo modo, com o envolvimento dos profissionais de Educação Física diversificando técnicas da cultura corporal de movimento na água, é o Projeto Surf um instrumento facilitador que dissemina a prevenção de acidentes no meio aquático e amplia a autonomia da criança. Para o jovem surfista vai se construíndo a consciência quanto a ajudar pessoas em risco de afogamento, utilizando-se dos elementos do surf no salvamento aquático. A segurança na água é tão importante quanto a segurança no trânsito, segurança pessoal contra a violência, pois o lazer do nosso povo está nas praias e piscinas e o homem por si só não garante a humanização desses espaços.

Palavras-chave:
surf – educação – esporte – prevenção – afogamento.

Fonte:
GAMBA, A et। al. Projeto surf: uma proposta educacional através do esporte prevenindo acidentes no mar. In: Congresso Científico do 8º Fórum Internacional de Esportes, 6., 2009, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UNESPORTE, 2009. P. 28.

[1] Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú / Coordenação de Ed. Física/SEDUC Balneário Camboriú - SC - Brasil. E.mail: ab.gamba@uol.com.br

PREVENÇÃO DO AFOGAMENTO: Será que multas podem tornar as praias brasileiras mais seguras?

Autor: Osni Guaiano
Grupo de Investigação em Atividades Aquáticas e Socorrismo da Universidade de A Coruña
Projeto ÁGUA LIMPA / Brasil

Toda pessoa tem direito de gozar pública e livremente das praias, pela utilização racional e sustentável, pela ordem à segurança e proteção do meio ambiente। No Brasil, de 1996 à 2006, ocorreu 69901 mortes por afogamento, cerca de 39% em águas naturais, incluindo com isso as praias do nosso litoral। Os sistemas organizados de proteção aos banhistas utilizam bandeiras como forma de sinalizar e habilitar ou não o banho de mar (bandeira verde banho liberado, amarela banho com restrição e vermelha banho proibido). Mas, será que este tipo de informação é suficiente para que os banhistas respeitem as condições do mar ou são necessárias intervenções mais severas para conter o alto indice de afogamentos nas praias brasileiras? O objetivo deste trabalho é investigar a opinião da sociedade sobre a utilização de multa para os banhistas que desrespeitam o sistema de advertência por bandeiras e se comportam inadequadamente nas praias. Esta pesquisa é em parte descritiva e também interpretativa, pois queremos observar que efeito tem a nossa investigação, ao divulgarmos no Brasil o regulamento para o uso das praias do Municipio de Gangas, Espanha. Examinamos a bibliografia, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS) e a “Ordenanza de uso e disfrute das praias do Término Municipal de Cangas”. Os dados coletados foram tratados com ajuda do software Microsoft Excel. Pela internet realizamos uma enquête com cinco segmentos distintos da sociedade e recebemos (n=133) respostas. Da amostra, 82,71% eram homens e 17,29% mulheres. Das respostas, 24,81% pertencem a CIPASS, 6,77% a comunidade brasileira dos surfistas de peito, 18,80% são de profissionais liberais, 17,29% são dos guarda-vidas do Estado do Rio de Janeiro e 32,33% de guardiões de piscina. Dos participantes, 73,68% assinalaram que multar banhistas que desrespeitam o sistema de advertência por bandeiras e se comportam inadequadamente nas praias pode contribuir para tornar menor o número de afogamentos, além de ampliar a proteção ao meio ambiente. Quando o objetivo é amenizar o impacto do afogamento no setor saúde parece que as medidas impopulares podem se tornar as mais eficientes. É possível que os banhistas ao seguirem as orientações e indicações de segurança dos serviços organizados de prevenção, salvamento e socorrismo, assim como as disposições existentes dos organismos competentes, ampliem o conhecimento, tornando com isso as praias mais seguras para o lazer, o que pode reforçar positivamente a imagem do Brasil no âmbito internacional. Do mesmo modo, os projetos educativos no campo da prevenção do afogamento podem contribuir para mudança de consciência social, o que poderá acarretar em alteração de comportamento e assim ampliar o respeito do homem pela natureza, além de prevenir os acidentes no meio aquático. Enfim, considerando a diferença cultural entre Espanha e Brasil é prematuro afirmar que multar os banhistas brasileiros contribuiria para diminuir o número de afogamentos nas praias, além de preservar a natureza. Portanto, se faz necessário ampliar esta investigação.

Palavras-chave: afogamento - educação – prevenção – meio ambiente

Fonte: GUAIANO, O. Prevenção do Afogamento: Será que multas podem tornar as praias brasileiras mais seguras? In: Congresso Científico do 8º Fórum Internacional de Esportes, 6., 2009, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UNESPORTE, 2009. P. 9.